domingo, 30 de maio de 2010

A Cultura Organizacional das Repartições Públicas discutida em série da Rede Globo

As Repartições Públicas Brasileiras tem popularmente a imagem de que seus funcionários não trabalham, ou que não têm tarefas a executar. Essa questão foi discutida em série exibida pela Rede Globo em 2004 de nome “Os Aspones”. Abaixo sinopse que consta no site da Rede Globo.

“Trama/Personagens:
- Os funcionários Moira (Drica Moraes), Anete (Marisa Orth) e Caio (Pedro Paulo Rangel) trabalham numa repartição pública que reúne um arquivo do FMDO - Fichário Ministerial de Documentos Obrigatórios. A repartição fica localizada em Brasília e foi inaugurada pelo presidente Médici em 1969, em plena ditadura. O problema é que, com o passar dos anos, perdeu sua função. No escritório, os funcionários não têm muito trabalho e sofrem com a chegada do novo chefe Tales (Selton Mello) e sua estagiária Leda (Andréa Beltrão). Tales quer mudar essa rotina e dar um jeito na boa vida dos funcionários. É quando surge a idéia de transformar o Fundo Ministerial de Documentos Obrigatórios em Falar Mal Dos Outros. Na repartição, os funcionários passam a perseguir brasileiros que cometeram pequenas faltas, como jogar chiclete na rua.
- Anete era chefe do departamento até a chegada de Tales. Entrou para o serviço público em busca de estabilidade financeira. Divorciada duas vezes, ela tenta disfarçar a solidão com um mau-humor constante. Não gosta de Tales, mas sempre que os dois se esbarram há um clima de atração.
- Caio já trabalhou na Casa da Moeda e está conformado com o cargo que ocupa há anos. Hipocondríaco, vive tendo alergias respiratórias e crises de depressão.
- Leda é a estagiária da repartição, uma pessoa discreta que acredita na função de “consertar” as pessoas. Tem um envolvimento com Tales, seu novo chefe.
- Moira tem uma baixa auto-estima e vive tentando agradar os outros. Tem um temperamento desligado, vive tendo idéias românticas e delirantes.
- Tales é um sujeito esquisito, que se transformou ao se tornar chefe da repartição. Forma um triângulo amoroso com Anete e Leda. É completamente metódico e tem um relacionamento complicado com o pessoal da repartição.
- O diretor José Alvarenga Jr. conta que a idéia do seriado era mostrar o que acontece quando um grupo de pessoas convive muito tempo num local fechado: relações, traições, amores, “puxadas de tapete” e paranóias.”

Apesar de o seriado ser uma sátira ao funcionalismo público, ele reflete muito bem a cultura organizacional que os funcionários criam em qualquer organização, neste caso específico em uma repartição pública, onde os funcionários, por serem concursados, têm estabilidade garantida e com isso tendem a resistir mais às mudanças.

Na série nos é mostrada a chegada de um novo chefe e de sua estagiária à repartição, esse deseja mudar a rotina, o jeito de trabalhar e as tarefas de seus funcionários, ou seja, deseja modificar a cultura organizacional daquele local. Com tantas mudanças em um ambiente antigo, com funcionários que já estavam ali há anos, houve uma grande reprovação. Um caso interessante é que uma das personagens era a antiga chefe da repartição e por isso prefere não trabalhar à aderir às mudanças. Outro funcionário procurou o emprego público pela sua estabilidade e por isso resistiu às mudanças, e mesmo os outros funcionários que aparentemente às aderiram, encararam tudo aquilo com desconfiança.

Este cenário é constantemente reproduzido nas organizações, sejam elas públicas ou privadas; os funcionários, sobre tudo os mais antigos, resistem às mudanças, pois sentem que estarão perdendo seu posto, têm medo dos resultados que aquelas mudanças poderão trazer. Os colaboradores ficam sempre apreensivos em casos assim, e apesar de terem que aderirem as mudanças impostas por seus gestores não se entregam totalmente a elas, demoram a aderir realmente a idéia.

No seriado esse novo chefe acaba aderindo a cultura organizacional da repartição, devido a tantas resistências à mudanças, ele acaba entrando no “esquema” da repartição e apesar de mudar o nome de açõe, ele se enquadra no antigo modo de trabalho dos funcionários.

Essa situação também pode ser vista com freqüência nas organizações, muitas vezes o novo gestor ou uma nova equipe, entram em uma organização cheio de idéias, inovações, novos planos e acaba sendo desmotivado pela resistência de seus colaboradores e pelo cenário que encontra nas organizações.

Os dois cenários abordados são um ótimo campo de trabalho para os profissionais de Relações Públicas. Para que os colaboradores aceitem uma mudança na cultura da organização é necessária que ela seja gradual, já que a cultura organizacional é algo construído aos poucos, durante anos, então não pode ser modificado de uma hora para outra. Então o RP pode ajudar na gestão desta mudança informando ao colaborador o que a empresa espera dele, quais serão os próximos passos desta mudança, o que a mudança impactará na rotina dele, e que ele não precisa ficar inseguro com as modificações.

Já no segundo cenário exposto, o papel do RP seria no engajamento desses gestores para que eles não se desmotivassem pelo caminho, auxiliando-o na comunicação das mudanças de forma clara e precisa, para que os colaboradores se adaptem às mudanças.

Fontes:

- Anotações da aula de Gerenciamento da Comunicação Interna da Profª Viviane Mansi
- Site da Rede Globo http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27723,GYN0-5273-258623,00.html - Consultado em 28/05/2010

(Escrito por Carolina Daniela Gregório)

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